Certa vez, lendo um dos meus autores preferidos, Rollo May, me deparei com uma frase: “uma das poucas alegrias da vida numa época de ansiedade é o fato de sermos forçados a tomar consciência de nós mesmos”. Isto aconteceu há mais de trinta anos atrás e desde então, a procura por mim mesma, se intensificou de tal forma, que me fez optar por diferentes caminhos e tomar as mais “inesperadas” decisões .
Foi nesta fase que comecei acessar meu registro akashico, através da Senhora de Sandawissini, uma força que apareceu na minha vida e aos poucos, foi me colocando a par de muitas histórias. Ela era uma criatura doce, ambígua; delicada e forte, calada e tagarela, decidida e insegura, mas tinha um brilho muito especial que atraía, como se fosse uma força irresistivelmente boa, clara, da Luz, do Bem. O surgimento desta consciência me fez retomar a minha história...não com saudosismo e inércia, mas como lições de aprendizado.
Desde criança, sempre fui considerada “diferente”. Esta rotulação, a princípio não me incomodava, pois servia para me destacar e até dava certa ascensão perante as outras crianças. Com o passar dos anos, o peso da “diferença” se fez sentir e ficava difícil conviver pacificamente entre os “comuns”; sentia-me uma extraterrestre. No entanto, adestrei-me e segui os caminhos “normais”; fui “boa menina”: cursei o magistério, escolhido por meus pais; casei de véu e grinalda; tive filhos e fui mãe dedicada, segui um caminho profissional pertinente a minha condição de senhora bem casada. Todos estavam muito satisfeitos,pois a menina rebelde, finalmente se “recuperara”.
Então, passado muito tempo, a insatisfação começou a tomar conta dos meus dias; a falta de espaço, para vivenciar as minhas crenças, me afligia ... Estava esgotada, cansada ... sentia-me esmorecer dia-a-dia e um sentimento de culpa, por voltar a sentir-me “diferente”me assolava. Constatando que, forças além da minha compreensão, impulsionavam-me para outros rumos, optei e decidi por mim mesma. Deixei a imagem de “boazinha e cordata” e assumi a autenticidade; optei por ser eu mesma, por procurar respostas as minhas questões, por seguir a minha intuição e os meus caminhos ... como os antigos xamãs diziam: “seguir os caminhos do coração”.
Foi uma opção muito difícil. Muito insegura, iniciei a busca pelo meu caminho e constatei algum tempo depois , que de um modo geral, esta decisão foi uma bênção. A integração interior veio em meio a uma desintegração externa total. Providencialmente, muitas pessoas foram surgindo: cada qual com sua energia, cada qual com a sua luz própria, cada uma delas com uma história peculiar e exemplos de luta. “Nada acontece por acaso”, “ tudo têm um fim em si mesmo” ...
A cada dia estas afirmações foram tomando vulto e dando-me consciência de que, eu era mesmo uma“extraterrestre”, estava cada vez mais perto da minha verdadeira essência e me assumia, através de um caminho, que agora, alcançava um significado. Cercada de pessoas muito preocupadas consigo mesmas, preocupadas com a “quebra” de padrões, mas em compensação, pessoas muito “gente”, muito amigas, fazendo parte desta trilha. A nova luz que me orientava, provinha de lugares e seres que a minha vã filosofia ainda pouco conhecia e de tudo que era humanamente benéfico.
Hoje, estou consciente da Senhora de Sandawissini e de muitas outra "vidas", da minha multidimensionalidade e dos universos paralelos (multidimensões); estou consciente de que não sou nada diferente e que existem milhares de pessoas que ressonam o divino do Criador, que são seres que vieram pra Gaya fazer o Bem. Todos somos um, o “diferente” está aos olhos das convenções, dos condicionamentos sociais. Intimamente, vou me encontrando aos poucos e me sinto muito orgulhosa em fazer parte da espécie humana.
Não possuo, faço questão de afirmar, respostas mágicas, mas desvencilho, devagar, o que está oculto em meus pensamentos, sentimentos e ações buscando em meus registros fundamentos para meu propósito Aqui e Agora. Busco a minha verdade e o esclarecimento sobre a minha trilha por este Universo. Aventuro-me onde muitos temem pisar e exponho minhas ideias sobre algumas questões que, como me ajudaram, sei que podem ajudar outros a encontrar um caminho melhor. Intuitivamente, sinto que estou no caminho certo; agradeço, profundamente ao que me foi concedido aprender sobre a importância e a dignidade da vida e das pessoas. Agradeço também aos amigos, destes e de tempos arquétipos, que muito me ensinaram neste sentido.
Toda a minha trajetória eu descrevi no meu livro (Contém uma Bruxa), que muitos amigos já leram e que um dia vai sair da gaveta, se assim for preciso. Num sentido mais digno e profundo, é uma história, a história que o encontro com minha essência despertou em mim, uma história comum às pessoas que se encontram. São partes desta história que eu passo para vocês diariamente e que a partir de hoje vou publicar em partes, porque sei que estas histórias podem servir de enriquecimento pessoal, colocando um pouco do que me foi concedido aprender. Faço isto na tentativa de repartir o conhecimento legado, que não nos é concedido por acaso.
Desejo compartilhar com carinho, atenção e admiração, muitas das minhas experiências, registrando e aprendendo tudo o que me foi possível, principalmente quanto ao esoterismo e a nossa humanidade, quanto a nossa espiritualidade. Objetivo fazer com que, cada vez mais pessoas se encontrem e encontrem o seu Caminho, "enlaçando" mundos para que todos possam compreender “um pouco mais”.
Saviitri Ananda
ps: se você estiver curioso (a) e quiser acompanhar esta história, entre em contato e me diga. Estou pensando em publicá-la por capítulos no novo site.
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