quarta-feira, março 27, 2024

A FORÇA DO TARÔ


Há milhares de ano os oráculos exercem fascínio sob as pessoas. 
A prática oracular é ancestral, mas não se sabe ao certo 
sobre sua origem. Acredita-se que tenha surgido pela observação 
dos fenômenos naturais e correlações feitas entre os mesmos e 
os acontecimentos do dia-a-dia.  
Sabe-se que com o passar do tempo, de alguma forma essa leitura passou a ser uma preleção do futuro. Esse modo de interpretar munia as pessoas uma consciência de futuro e funcionava como uma espécie de orientação para resolução de questões importantes. 

O que é seguro afirmar é que os oráculos tiveram uma participação ativa no papel de formação das civilizações e que estão presentes em todas as culturas. Junto com elas, os oráculos sofrem adaptações e atualizações. Basta que observemos a quantidade de oráculos eletrônicos que temos na atualidade e a eficácia atestada pelas pessoas que a eles recorrem e não teremos o que discutir. 

O Tarô é certamente um dos oráculos mais populares do mundo ocidental contemporâneo. Composto por lâminas ou cartas constitui um forte conjunto de símbolos, que vêm sendo usados por anos a fio como instrumento de preleção do futuro e autoconhecimento. 

A origem das lâminas do Tarô é obscura e se perde nas névoas do tempo. Sabe-se que o Tarô era jogado no Antigo Egito; no entanto ele parece ter-se originado na Índia indo depois para a China e o Egito e, posteriormente pelos cruzados e pelos árabes foi introduzido no Ocidente. 


Na verdade, sabemos que o conhecimento do uso divinatório do tarô, chegou até nós através de um ocultista francês conhecido como "Etteilla" que atuou como vidente e cartomante logo depois da Revolução Francesa. Ele desenhou o primeiro baralho esotérico, acrescentando motivos egípcios, fatores astrológicos e incluindo textos com significados divinatórios escritos nas cartas e depois disso, as cartas de tarô ficaram cada vez mais associadas à magia e ao misticismo.
                    
No entanto, o Tarô só foi adotado por místicos, sociedades secretas e ocultistas apenas depois de 1781, quando Gébelin, maçom e clérigo protestante suiço, publicou “O Mundo Primitivo”, um estudo que contava sobre o simbolismo religioso. Gébelin afirmava que o simbolismo do Tarô de Marselha representava os mistérios de Toth e Isis e que a origem do nome também seria egípcia: tar= estrada e ro= rei, real e que por conseguinte: "caminho real" para a sabedoria (já existia nessa época, a identificação do tarô com o Livro de Thoth nas rodas ocultistas). 

Mas é a Eliphas Lévi, ocultista francês que se concebe a criação das cartas de Tarô como um código místico e sua difusão pela Ordem Hermética da Aurora Dourada. Lévi publicou em 1854 “Dogma e Ritual de Alta Magia”, onde fazia uma correlação entre a interpretação das cartas de Tarô com a Cabala Hermética. Ele aceitava a origem egípcia do tarô proposta por Gébelin, mas rejeitava as inovações de Etteilla e seu baralho alterado, delineando um sistema que relacionava o tarô à Cabala Hermética e aos quatro elementos da alquimia.

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Por muito tempo, as cartas de Tarô permaneceram como um privilégio das classes mais altas e, embora alguns clérigos do século XIV advertissem para o “mal” existente nas cartas, geralmente o uso das lâminas de tarô não era condenado. Desde essa época um número enorme de baralhos diferentes tem sido criados, desde os que seguem os tradicionais até os baralhos oraculares para inspiração ou divinação contendo imagens de forças da natureza, anjos, deuses, fadas, mitos e mesmo influenciados pelo tarô, não seguem sua estrutura tradicional: algumas vezes omitem ou trocam alguns dos naipes, outras vezes alteram significativamente o número e a natureza dos Arcanos Maiores.

O fato é que a origem do Tarô é cercada de tantos mistérios quanto o próprio. A incerteza da origem das imagens reforça o quê mágico e ainda provoca uma série de especulações. Estaria o tarô associado ao conhecimento hermético advindo do antigo Egito, seria um sistema elaborado pelos indianos, ou teria sido um legado trazido pelos ciganos e embarcado na aura de mistério e misticismo que acompanha este povo? 

Muitos estudiosos consideram que os ciganos estão entre os primeiros a usar o tarô para uso divinatório e que introduziram as cartas na Europa. O Tarô é certamente um dos oráculos mais populares do mundo ocidental contemporâneo e a incerteza da origem das imagens reforça o quê mágico e ainda provoca uma série de especulações. Para a maioria dos ocultistas a palavra Tarô foi extraída das palavras egípcias:
                                          TAR= Caminho
                                            RO= Real
                                     = Caminho Real da Vida.

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Carl G. Jung, pai da Psicologia Analítica, foi um dos grandes responsáveis pelo uso do tarô como terapia (Taroterapia). Jung realizou estudos profundos sobre a participação da mística no funcionamento da psique e encontrou nos oráculos um campo fértil de pesquisa, dedicando-se à astrologia, I Ching, Tarô. Para ele, esses eram instrumentos que promoviam um diálogo com forças invisíveis, a voz do inconsciente e assim a astrologia, I Ching, Tarô se transformam em veículos interessantes ao processo de autoconhecimento. 

Jung contribuiu para uma nova e mais significativa compreensão da natureza da consciência: a de que ela só pode ser renovada e ampliada, pela manutenção de suas linhas não racionais de comunicação com o inconsciente coletivo.  Denominou de “arquétipos” a estas forças instintivas que operam de modo autônomo nas profundezas da psique humana e que estão simbolicamente representadas nos Arcanos do Tarô; seguindo os postulados de Jung, pelo baralho de Tarô e suas 78 lâminas (Taroterapia), podemos alcançar autoconhecimento e organizar o “caos nosso de cada dia”.

O Tarô é composto por 78 lâminas que se dividem da seguinte maneira:
56 lâminas chamadas Arcanos Menores
22 lâminas chamadas Arcanos Maiores

Os 56 Arcanos Menores são formados por quatro séries, com catorze lâminas cada um. Cada um dos maços de catorze lâminas corresponde a um dos quatro naipes de nosso jogo de cartas, que representam paus, copas, espadas, ouros e contém quatro figuras reais; rei, dama, cavaleiro e pajem, e mais dez lâminas que contém números.

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Os Arcanos Menores formam um conjunto de 56 lâminas que expressam os resultados e as formas das ideias; são distribuídos por quatro símbolos básicos, os naipes de Ouros, Espadas, Copas e Paus. Cada naipe, possui dez arcanos numerados e quatro arcanos com figuras da corte medieval (pajem, cavaleiro, rainha e rei).

O naipe de Ouros está relacionado ao elemento terra, o barro primordial do qual fomos feitos. A terra é nosso princípio e nosso fim e a experiência do corpo é uma realidade antes de qualquer outra imagem ou sentimento a habitá-lo. Com a terra pode-se moldar casas e obras. Esse naipe relaciona-se à vida material, às conquistas financeiras, profissionais e a tudo que representa aquilo que pode ser tangível em termos materiais. No naipe de ouros existe a possibilidade de se conseguir conquistar a segurança material com trabalho, disciplina e esforço. Outra característica do naipe de ouros é a dedicação, o esforço, o empenho nos estudos e projetos; ele está intimamente relacionado com nossa autoestima, do mérito que temos ao alcançar um objetivo.

O naipe de Espadas liga-se ao elemento ar, que por ser invisível, acreditava-se ser a respiração do espírito; está relacionado ao poder ambivalente da mente e do pensamento. O ar simboliza os domínios da mente o poder ambivalente que consegue penetrar nos cantos mais escuros e incompreensíveis de uma situação e a capacidade de  conceitualização que confere estrutura e significado à vida. O naipe de Espada descreve o desenvolvimento da nossa faculdade racional em suas formas mais nítidas e obscuras através dos conflitos e dos desentendimentos causados pelas palavras, através da claridade e da compreensão que a mente oferece.

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No tarô, o naipe de Copas é ligado ao elemento água da qual dizem ter surgido a vida e ao mundo dos sentimentos, sendo o símbolo da taça relacionado ao coração, como receptáculo das nossas emoções. A água é fluída, disforme, mutável e vaga, ao mesmo tempo em que é forte, real e ao seu modo, tão sólida como uma rocha. O mundo dos sentimentos pode ser tão profundo e belo como o mar. Esse naipe descreve a evolução dos sentimentos na vida e o modo característico pelos quais nossas emoções se alteram e se aprofundam através das experiências. A água enquanto fluído pode ser representada pela água cristalina (amor espiritual) ou pelo vinho tinto (paixão), mas é o instrumento de nossas experiências de relacionamento.

O naipe de Paus corresponde ao elemento fogo que surgiu do nada, espontaneamente e a tudo transforma sem ser alterado. O fogo é um elemento transformador de formas, nem sólido nem líquido, volátil, um catalisador que reduz os objetos aos seus componentes primordiais e lhes altera a natureza. 

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A imaginação e a criatividade são representadas por esse fogo, que pode produzir imagens a partir do nada e transformá-las em objetos do mundo real. O símbolo do bastão está relacionado com a varinha mágica, que através do poder misterioso da imaginação pode transformar objetos e seres e estabelecer ligações que a mente comum não consegue enxergar.

A diferença fundamental entre os arcanos maiores e menores é que, nestes, as figuras e os números estão reunidos, enquanto naqueles, estão separados. Podemos dizer que os Arcanos contam a nossa jornada; falam do que está adormecido em nosso inconsciente e no Universo. Revelam a nossa busca, o que está em nossa consciência e aquilo que habita nosso lado sombrio. As lâminas contam sobre nossa capacidade de organizar o caos, nos oferecendo o respaldo dos quatro naipes, das quatro direções, dos quatros ventos, etc.

Como afirmou Jung, “o Tarô é uma rica expressão do inconsciente coletivo”. Isso porque nele se expressam uma espécie de conteúdo residual de todas as experiências da humanidade, atualizada por repetição, de maneira cíclica com o passar do tempo. Nas lâminas de Tarô temos representados: o amor materno, o impulso para a guerra, o fascínio pelo divino, etc; um sistema de representação dessas e muitas outras potencialidades humanas (arquétipos). 

Cada lâmina oferece ao indivíduo a possibilidade de refletir sobre as virtudes e dissabores da própria existência e essa reflexão pode levá-lo a tomar a decisões mais favoráveis ao próprio desenvolvimento. Os personagens, virtudes e situações descritas nas lâminas sinalizam pontos importantes da trajetória humana. 

O Tarô organiza a nossa visão do Universo e de nós mesmos, nos propicia um autoconhecimento, que é a mais importante tarefa a que devemos nos dedicar durante a vida. O jogo de Tarô é uma das ferramentas de que dispomos para ter acesso à realidade interior, um mergulho nos motivos que influenciam nossos atos, ações, pensamentos e sentimentos. 

Na Taroterapia descobrimos que o simbolismo das lâminas faz uma correlação perfeita com os conteúdos inconscientes que existem em todo ser humano independente de raça ou cultura, o inconsciente coletivo. O alvo da Taroterapia é estabelecer a relação entre esse grande inconsciente coletivo e a consciência individual do homem, pois o consciente e o inconsciente existem num estado profundo de interdependência recíproca e o bem estar de um é impossível sem o do outro. 

O autoconhecimento é uma máxima hoje em dia; “conhece-te a ti mesmo” implica no conhecimento dos inúmeros impulsos e instintos de ordem psicológica, além disso, um conhecimento de todos os ciclos de desenvolvimento atuantes dentro do indivíduo. 

Atualmente a quântica nos confirma que somos co-criadores do Universo e por isso, precisamos nos aprofundar em nós mesmos e em nosso próprio microcosmo, contribuindo assim para a melhoria da Criação divina. Urge a necessidade de se abandonar o pensamento cartesiano, a lógica onde o consciente é um simples estado de mente e espírito intelectual e racional. 

Estudos que partiram de Jung apresentam provas, extraídas de muitas experiências no trabalho com pessoas desequilibradas e com muitos conflitos (loucos, esquizofrênicos, neuróticos, etc.), de que a maior parte das formas de insanidade e desorientação mental eram causadas por um estreitamento da consciência e sua excessiva racionalização. 

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O Tarô é “mágico”. Dentre todas as lâminas do jogo, escolhemos as cartas “precisas” para ilustrar o momento em que estamos vivendo. Permite buscar um aprofundamento em nós mesmos. O oráculo funciona como uma eficaz ferramenta de acesso ao inconsciente. Todavia não se deve esperar previsões e sim, focar em esclarecimentos pertinentes ao desenvolvimento pessoal, ao autoconhecimento. 

Através das lâminas conversamos com nosso inconsciente e através de símbolos nossa visão se ilumina. Uma escolha feita, ao acaso, concede ao inconsciente um veículo para que se expresse e através da simbologia das cartas, se estabelece uma ponte de comunicação com a consciência. 

Podemos jogar sozinhos, mas não teremos as respostas porque usaremos o nosso “raciocínio” para interpretá-las e por isso cabe ao terapeuta (com o menor grau de interferência, de preconceitos e de opiniões próprias), o papel de decodificação e organização das informações.

Ao consultar o Tarô, trazemos à luz essas forças instintuais, o que nos permite compreender de que forma elas vêm influenciando nossas ações, e qual o melhor modo de agir para integrá-las ao nosso consciente. O Tarô é uma chave para o desenvolvimento pessoal, mas temos que confiar no poder de estarmos sendo guiados com sabedoria por esse invisível, pelo deus que habita dentro de nós (Namastê). 

Assim, o oráculo desmascara a nossa tentativa de controle exaustivo, mas também nos desperta a agir e dá a clareza necessária para o entendimento da postura adotada diante dos nossos objetivos, e do que precisa ser feito para que possamos alcançá-los. Aprendemos a medir nossos medos e ansiedades. 

Entendemos sobre a verdadeira função dos outros em nossa vida, e vice-versa e nos tornamos mais responsáveis pelo futuro que tanto desejamos. E sabemos que quanto maior for a sintonia entre nossas ações conscientes e os conteúdos inconscientes de nossa psique, mais harmonia, equilíbrio e serenidade estarão presentes em nossa vida.


*ATENDIMENTO 

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Bjos no Coração
Namastê
Saviitri Ananda - CRTH0230 



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Saviitri Ananda

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Itapoá, Santa Catarina, Brazil
Sou ENLAÇADOR DE MUNDOS MAGNÉTICO. Uma eterna buscadora... metamorfose ambulante...senhora de mim. Depois de me conhecer, nada será como antes porque sou a Morte e o Renascimento. Sem verdades absolutas, pulso com o Universo, buscando construir pontes entre os Mundos. Inimitável e sem limites... quântica. Me reconstruo a cada dia, sou mudança, transformação, sincronia. Funciono como equalizador, restaurando o equilíbrio através da Luz, da qual sou canal. O meu grande "tesouro" é a sabedoria, a arte de enlaçar mundos, destruir ilusões e libertar do medo todo aquele que se dispõe a escutar o que eu revelo.Transmutar, transpor, renascer são os meus verbos. In Lak'esh