A vida sempre nos surpreende, principalmente no que diz respeito às pessoas. Quantos de nós temos empatia ou aversão por pessoas que vemos pela primeira vez e nem sabemos porque. O fato é que existe uma conexão de almas e quando esta conexão é positiva, nos acresce muito enquanto pessoas. Quando isso acontece é porque nossas energias se reconhecem e nós percebemos que a outra pessoa faz parte de quem somos, de alguma forma, e que não importa quais caminhos a vida nos faça percorrer, estando fisicamente juntos ou não, sempre estaremos juntos.
Quando se trata dessas pessoas, a comunicação acontece de uma maneira totalmente diferente. Não precisamos estar ao seu lado para saber como se sente, e não precisamos necessariamente conversar para saber quando alguma coisa não está bem. Estamos ligados por algo muito maior, que existe além do tempo e do espaço.
Acredita-se que, antes da encarnação, as almas fazem um acordo entre si, de sempre estarem presentes uma para outra, apoiando-se mutuamente, para que caminhem juntas no caminho da evolução. Ao entrarmos neste mundo, estamos unidos a elas e sempre as buscaremos para compartilharmos aprendizados, curas e lições a cada novo ciclo.
O pacto que nos une é tão forte, que não importa se seguirmos caminhos diferentes ou deixarmos de nos ver, sempre estaremos conectados, porque estados unidos pela energia do amor, que é maior do que tudo que conhecemos. É por isso que a força desse vínculo foge ao nosso completo entendimento.
Os acordos realizados entre almas não possuem uma data de validade. Estaremos juntos até que aprendamos todas as lições que precisamos, ainda que isso leve mais do que um tempo de vida. É por isso que muitas vezes, ao vermos uma pessoa, parece que já a conhecemos de muito tempo antes e mesmo sem saber que é, já sentimos algo especial por ela. Ninguém chega por acaso, temos a oportunidade de aprender e evoluir com cada um que encontramos.
No seu livro O Banquete, Platão fala da teoria das "almas gêmeas"... começa dizendo que no início dos tempos os homens eram seres completos, de duas cabeças, quatro pernas, quatro braços, o que permitia a eles um movimento circular muito rápido para se deslocarem. Porém, considerando-se seres tão bem desenvolvidos, os homens resolveram subir aos céus e lutar contra os deuses, destronando-os e ocupando seus lugares. Todavia, os deuses venceram a batalha e Zeus resolveu castigar os homens por sua rebeldia. Tomou na mão uma espada e cindiu todos os homens, dividindo-os ao meio. Zeus ainda pediu ao deus Apolo que cicatrizasse o ferimento (o umbigo) e virasse a face dos homens para o lado da fenda para que observassem o poder de Zeus. Dessa forma, os homens caíram na terra novamente e, desesperados, cada um saiu à procura da sua outra metade, sem a qual não viveriam. Tendo assumido a forma que nós temos hoje, os homens procuram sua outra metade, pois a saudade nada mais é do que o sentimento de que algo nos falta, algo que era nosso antes. Por isso, os homens vivem em sociedade, pois desenvolvem o trabalho para buscar, nessa relação amorosa, manter a sua sobrevivência. Dessa forma, o ser que antes era completo homem-homem gerou o casal homossexual masculino; o ser mulher-mulher, o casal homossexual feminino. E o andrógino (parte homem, parte mulher) gerou o casal heterossexual. E a força que une a todos é o que nos protege, já que Zeus prometeu cindir novamente os homens (ficaríamos com uma perna e um braço só!) se não cumpríssemos o que foi designado pela divindade.
Neste mito, ninguém em todo o cosmos, além da alma gêmea pode reivindicar essa unidade conosco, porque espiritualmente falando, nós só nascemos uma única vez. Assim, todos nós começamos a nossa evolução há muito tempo atrás, quando Deus em sua sabedoria e bondade ao criar cada alma, deu-lhe a forma arredondada de uma esfera, depois dividiu a esfera em duas partes e colocou cada metade em corpos físicos diferentes. Desta forma, quando as chamas gêmeas descem ao mundo material, uma delas assume a polaridade positiva e a outra negativa.
Infelizmente com o passar dos séculos perdemos a companhia da nossa chama gêmea, justamente por ter começado a contrair karmas. O ser humano ao invés de evoluir, acabou involuindo e adquirindo obrigações para com outras pessoas. E é por essa razão que as almas gêmeas acabaram separando-se, pois a Lei do Carma exige que voltemos ao lugar e a situação onde contraímos essa dívida e cumpramos com as nossas responsabilidades.
O objetivo da vida é equilibrarmos o nosso Karma para chegarmos a reunião com Deus e com a alma gêmea, e desta forma subirmos novamente a escada da vida até a fonte da qual descemos. Mas temos almas companheiras, pessoas com as quais temos amor e afinidades, pessoas com quem nós trabalhamos, possivelmente, durante muitos séculos na mesma missão de desenvolvimento da alma.
Basicamente podemos definir a relação com elas, como sendo do tipo irmão, irmã, amigo, amiga, embora possa acontecer casamentos e uniões entre elas. Essas almas especiais sentem também essa sensação de nos conhecer, de sermos buscadores, peregrinos empenhados num caminho comum, e sentem que aquilo que fazem tem de ser feito em conjunto. Estas almas podem ter-se reencontrado em várias reencarnações, havendo um laço profundo entre elas.
A relação dessas almas tem a ver com a amizade, com a sincronicidade de pensamentos, já que são almas que buscam ajudar umas às outras a fim de partilhar uma missão. Geralmente estas almas possuem uma ótima convivência, onde o diálogo é a fonte para o crescimento espiritual de ambas. Todo ser humano possui muitas almas companheiras e o objetivo cósmico da reunião destas almas é manter a evolução mental, emocional e espiritual em cada ser.
Passamos nossa vida conhecendo pessoas, e poucas transformam-se em verdadeiros amigos. Essas almas tão especiais não necessariamente se unem a nós de uma maneira romântica. Elas podem ser um amigo, um pai, mãe, filho e até mesmo um desconhecido de quem acabamos nos aproximando muito. Não importa quem seja, ela tem uma participação muito intensa em nossa história, e certamente faz parte de nós.
Quando aprendemos a valorizar esse relacionamento e aprender com ele, crescemos dia após dia, evoluindo enquanto pessoas e também enquanto espíritos. Portanto, valorize esse relacionamento e entenda que cada pessoa que está em sua vida tem algum papel a desempenhar em sua jornada.
Se você ainda não consegue reconhecer sua "alma gêmea" e suas "almas companheiras", conscientemente, não tem problema. Seu coração e espírito sempre saberão quem são essas pessoas, e se permitir que ele tome o controle em determinados momentos, ele o guiará exatamente para onde você deve estar.
Bjos no Coração
Namastê
Saviitri Ananda - CRTH0230