O Xamanismo Celta é um caminho, uma maneira de se reverenciar a Vida e a Natureza e como qualquer outra forma de “religare”, possui ritos e festivais. O calendário celta está intimamente ligado ao que chamamos de “Roda do Ano”, uma representação a nível cosmológico das crenças em um ciclo de nascimento, vida, morte e renascimento. Estas festividades estão também ligadas ao ciclo das colheitas, as fases da Lua e as estações do ano; seguem astronomicamente aos Solstícios e os Equinócios, e por isso, tem datas diferentes para sua prática dependendo de se estar no Hemisfério Norte ou no Hemisfério Sul.
HEMISFÉRIO SUL HEMISFÉRIO NORTE
SAMHAIN - 30 de ABRIL
YULE - 21 de JUNHO
CANDLEMAS - 1 de AGOSTO
OSTARA - 21 de SETEMBRO
BELTANE - 31 de OUTUBRO
LITHA - 21 de DEZEMBRO
LAMMAS - 2 de FEVEREIRO
MABOM - 21 de MARÇO
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SAMHAIN - 31 de OUTUBRO
YULE - 21 de DEZEMBRO
CANDLEMAS - 2 de FEVEREIRO
OSTARA - 21 de MARÇO
BELTANE - 30 de ABRIL
LITHA - 21 de JUNHO
LAMMAS - 1o de AGOSTO
MABOM - 21 de SETEMBRO
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Mas muitos preferem estar na Força da egrégora e mesmo aqui no Hemisfério Sul, festejam nessa semana o SAMHAIN, a mais importante comemoração da “Roda do Ano”, pois marca tanto o fim quanto o início de um novo ano. Nessa noite, o véu entre o nosso mundo e o mundo dos mortos se torna mais tênue, sendo o tempo ideal para nos comunicarmos com os que já partiram. O sentido do SAMHAIN é nos sintonizarmos com os nossos ancestrais numa vibração de Amor e Harmonia.
SAMHAIN é uma palavra que significa "sem Luz", pois para os que seguem a religião celta, nessa noite, o Deus morreu e mundo mergulha na escuridão, os dias vão ficar mais curtos e as noites mais longas e a Deusa caminhará até o Mundo das Sombras em busca do seu amado, que está esperando para nascer. Eles se amam, e, desse amor, a semente da luz espera no Útero da Mãe, para renascer no próximo Solstício de Inverno como a Criança da Promessa. A Roda continua a girar para sempre. Assim, não há motivo para tristezas, pois aqueles que perdemos nessa vida irão renascer, e, um dia, nos encontraremos novamente, nessa jornada infinita de evolução.
Nesta noite (31de outubro ou 30 de abril) a barreira entre nosso mundo e o mundo dos espíritos fica mais fina, e o Deus se sacrifica para se tornar a semente de próprio renascimento em Yule . É quando iniciamos o período de recolhimento, fugindo da época mais escura do inverno. A noite de SAMHAIN se encontra no meio exato entre o ano que se vai e o que vem pela frente, e é portanto uma data atemporal.
RESPEITANDO A TODOS, PUBLICO OS DOIS ARTIGOS QUE ESCREVI:
SAMHAIN - A PROMESSA DE RENOVAÇÃO
O Samhain é considerado o mais importante de todos os sabbats, pois marca tanto o fim quanto o início de um novo ano e segundo a tradição celta, nessa noite, o véu entre o nosso mundo e o mundo dos ancestrais se torna mais tênue, nos permitindo a comunicação com aqueles que já partiram. É um dia para nos sintonizarmos com aqueles que já não estão na nossa dimensão.
É uma noite de alegria e festa, pois marca o início de uma nova etapa de vida, de um novo começo e é comemorado com muitas guloseimas e coisas doces. Samhain é uma palavra que significa “sem luz”, porque dentro do xamanismo celta, nessa noite, o Deus morreu e mundo mergulha na escuridão. A Deusa desce ao mundo das sombras em busca do seu amado, que aguarda sua hora de renascer; eles se amam, e, desse amor, a semente da luz espera no Útero da Mãe, para renascer no próximo solstício de inverno como a criança prometida.
Nessa época, os pastores celtas recolhiam o gado e o povo recolhia-se em casa, fugindo dos dias mais frios e da época mais escura do inverno. A data marca o fim do calendário celta. A noite de Samhain se encontra no meio exato entre o ano que se vai e o que vem pela frente, e é portanto uma data atemporal. A Roda continua a girar para sempre. Assim, não há motivo para tristezas, pois aqueles que perdemos nessa vida irão renascer, e, um dia, nos encontraremos novamente, nessa jornada infinita de evolução.
Mas tudo isso você já sabe, Então eu posto para vocês um trecho do meu livro, onde descrevo a minha participação num desses festivais de Samhain:
.... Revi encantada e iluminada, a energia protetora de numerosos deuses, muitos dos quais controlavam as estações, propiciando a fertilidade, safras abundantes e fartura de alimentos; presenciei festas sazonais maravilhosas, como Beltane, o festival da primavera, em maio, Lugnasad, em agosto, Oimelc, em fevereiro e Samhain, a festa do ano-novo, no solstício de inverno. O tempo ia e vinha, não era retilínea e, lá encarnando a força de Menerween, aliada aos meus conhecimentos de então, entendia o que Einstein tentou ensinar quando falava nas “dobras de tempo”.
Era tudo como se fosse um papel dobrado muitas vezes, onde você deslizava rapidamente, como acontece em nossos sonhos. Fiquei fascinada com a comemoração do Samhain, uma grande festa dedicada aos espíritos. Na primeira hora de novembro, Samhain, o deus-céu, abria um portal entre o céu e a terra, pôr onde os espíritos passavam para “visitar” os vivos; era o tempo dedicado a lembrar dos mortos e marcava o começo do inverno no hemisfério norte.
Para os habitantes do povoado, a noite tinha caráter assustador, pois as pessoas acreditavam que fantasmas viriam persegui-las e feiticeiras negras poderiam invocar suas bruxarias; temendo esse contato, as pessoas acendiam fogueiras e preparavam muita comida gostosa para oferecer aos espíritos, colocando máscaras para não serem reconhecidas por eles.Os druidas tratavam de desmistificar este temor, mas não se esforçavam muito, porque ele servia como um controle de massa, devido a mentalidade da época não poder entender conceitos de metafísica, física quântica, psicologia ou meta-linguagem.
A festa era alegre, apesar do medo, tinha-se latente aquele conceito traduzido num dito popular de hoje: “quem canta os males espanta”; e as canções, e as danças... ah!... as danças... Como dancei, quanta saudade, que alegria... dançava, apesar da reprovação de alguns “colegas”. A música foi ficando mais longe e eu começava a escutar Taliesin, que em tom gutural me dizia: Está na hora de voltar, já viu o que precisava. Aos poucos fui sentindo que meu corpo ganhava peso, forma; quando abri meus olhos, já estava no meu circulo de pedras; perguntava-me se tinha tido um sonho ou feito uma viagem através das dobras do tempo.
Meu lado racional, queria uma explicação mais “lógica” de como tudo isso chegara até meu conhecimento? Deduzi que, arquetipicamente, todos esses “saberes” estavam comigo o tempo todo e foram fluindo á medida da minha necessidade, através de insights que me conduziram a uma leitura específica, uma criação plástica, a composição de um poema, até a esta “viagem”. Não tinha mais dúvidas, eu era Meberween, era uma sacerdotisa celta, uma druida, ou como a maioria das pessoas dizem: uma bruxa ... e a dificuldade em me assumir como tal, provinha de más escolhas durante o percurso realizado até então; se tivesse escutado o meu coração, teria enxergado, muito antes, as minhas habilidades, meus dons e minhas limitações, respeitando, reconhecendo e aceitando-as.
A verdadeira terapia diz respeito a aprendermos abandonar os velhos padrões e voltarmos para as fontes verdadeiramente generosas e que aceitem a nossa generosidade; só quando se aprende a perceber a estrutura arquetípica é que se consegue perceber o que está errado, não é a necessidade ou o impulso para a vida e sim o fato de esse impulso estar dirigido para o objeto errado. Não há ajuda para os que se desviam das forças de controle. Assim, passei a me dedicar ao estudo sobre o maravilhoso mundo dos celtas, tentando dar fruição a minha intuição e a tudo de bom que poderia ser feito, em benefício próprio e coletivo, com meus “poderes”.
Pois se dons nos são concedidos, assim o são para servir a um propósito muito maior, um propósito divino que respeita todos os seres da mesma maneira, que leva em com a alteridade e que procura a cada passo instituir o Amor Universal e Incondicional. Como terapeuta e trabalhando com Terapia de Vidas Passadas, conduzida pelos meus Mestres Ascensos eu havia feito uma auto-regressão e encontrado a minha essência mais forte: Menerween... a bruxa. Me propus então a fazer um diário, onde registraria todas estas “viagens”.
BELTANE - A UNIÃO DOS PRINCÍPIOS FEMININO E MASCULINO
BELTANE é uma comemoração que ocorre no ápice da Primavera; no momento em que a Terra se aquece com o gentil calor do Sol e os tempos do inverno foram, decididamente, deixados para trás. O sol tudo abençoa e a Terra vivifica como nunca. Em nosso hemisfério ele é comemorado no dia 31 de outubro, quando o Sol está se aproximando do seu ponto mais próximo da Terra e o seu calor vai ajudando as plantas a crescerem, as sementes a serem fertilizadas.
Os animais saem de suas tocas, brincam e se acasalam. Existe vida em todos os cantos e cores das mais diversas para onde olharmos. A Deusa (Gaya – Mãe) e o Deus (Sol – Pai), se apresentam em plena vitalidade e amam-se com a maior intensidade. Ambos estão em suas mais belas formas e irão consumar essa paixão em toda vida presente no planeta. BELTANE marca essa união do Deus e da Deusa, representando a fertilidade dos animais e a colheita do próximo ano. Simboliza a união entre os princípios do feminino e do masculino, da criação, da união em todas as coisas.
A palavra BELTANE origina-se de "BEL", deus céltico que era considerado o Senhor da Vida, da Morte e do Mundo dos Espíritos; "time" no idioma céltico significa fogo e assim BELTANE quer dizer: Fogo de Bel. A antiga tradição requeria que o fogo doméstico fosse apagado de todas as casas e que uma grande fogueira feita com as 9 árvores sagradas (freixo, aveleira, bétula, feixo, sorveira, pinheiro, carvalho, espinheiro e sorveira) que era acesa pelos Druidas, sem uso de qualquer artifícios, ao nascer da Lua. Entre os primeiros povos pagãos era costume pular a fogueira para se livrar de doenças ou maus espíritos, dissolver energias negativas, assegurar fertilidade e bons partos. Cada família levava as brasa deste fogo para casa como símbolo de renovação de vida após o inverno frio; a brasa era colocada junto ao fogo doméstico que era re-aceso e permitia que o profano compartilhasse com o divino, trazendo a esperança de um Verão próspero e fértil com colheita abundante.
Para nós esse é o momento de saudar o Verão, reverenciar o Sol e a Terra, nos equilibrarmos. No dia de BELTANE, o Sol está astrologicamente no signo de Touro, que marca a "morte" do Inverno, o "nascimento" da Primavera e o começo da estação do plantio. Beltane inicia-se, acendendo-se, segundo a tradição, as fogueiras de Beltane ao nascer da lua na véspera de 1o de Maio para iluminar os caminhos. Realiza-se o ritual em honra à Deusa e ao Deus, seguido da celebração da Natureza, que consiste de banquetes, antigos jogos pagãos, leitura de poesias e canto de canções sagradas.
São realizadas várias oferendas aos espíritos elementais, e as pessoas que o estão celebrando dançam de maneira muito alegre, no sentido destrógiro, em torno do Mastro ou mesmo do Fogo (símbolo fálico da fertilidade). Eles também entrelaçam várias fitas coloridas e brilhantes para simbolizar a união do masculino com o feminino e para celebrar o grande poder fertilizador do Deus. A alegria e o divertimento costumam estender-se até as primeiras horas da manhã, e, ao amanhecer do dia 1 o, o orvalho da manhã é coletado das flores e da grama para ser usado em poções místicas de boa sorte.
Os alimentos pagãos tradicionais do Beltane são frutas vermelhas (como cerejas e morangos), saladas de ervas, ponche de vinho rosado ou tinto e bolos redondos de aveia ou cevada, conhecidos como bolos de Beltane. Na época dos antigos druidas, os bolos de Beltane eram divididos em porções iguais, retirados em lotes e consumidos como parte do rito. Antes da cerimônia, uma porção do bolo era escurecida com carvão, e o infeliz que a retirava era chamado de "bruxo de Beltane", e tornava-se a vítima sacrificial a ser atirada na fogueira ardente. Nas Terras Altas da Escócia, os bolos de Beltane são usados para adivinhação, sendo atirados pedaços deles na fogueira como oferenda aos espíritos e deidades protetores.
Perfume a sua casa com olíbano ou rosas, use incenso ou óleos no vaporizador. As velas para iluminação devem ser verdes ou laranjas e os cristais mais indicados são: esmeralda, cornalina laranja, safira, quartzo rosa. Procure acrescentar na comida ou nos chás que serão servidos: amêndoas, angélica, freixo, campainha, cinco-folhas, margarida, prímula, rosas, raiz satyrion, aspérula e primaveras amarelas.
A comemoração deve começar oficialmente ao nascer da lua da Véspera de 1 o de Maio, sendo tradicionalmente realizada no alto de uma montanha onde são acesas as imensas fogueiras de Beltane para iluminar o caminho para o verão e aumentar a fertilidade nos animais, nas sementes e nas casas. Mas na impossibilidade, acenda o fogo em casa, dentro de um recipiente próprio. Certifique-se de colocar um galho ou ramo de sorveira sobre o fogo para reverenciar os espíritos guardiões de sua casa e sua família, trazendo boa sorte para a casa e mantendo afastados os fantasmas, duendes e fadas malévolos. Se você não tiver lugar apropriado, poderá acender 13 velas verde-escuras para simbolizar a fogueira de Beltane.
Vista-se com cores brilhantes da Primavera (a não ser que prefira trabalhar sem roupa) e use muitas flores coloridas e de odor forte nos cabelos. Antes de vestir-se para a cerimônia, medite e banhe-se à luz de velas com ervas para limpar seu corpo e sua alma de quaisquer impurezas ou energias negativas. Comece traçando um círculo de 3m de diâmetro e monte um altar no centro, voltado para o leste. No lado direito do altar, coloque um punhal consagrado e um cálice cheio de vinho. Acenda 13 velas verde-escuras em torno do círculo.
Prepare uma coroa de flores do campo que florescem na Primavera, tais como margaridas, prímulas, primaveras ou malmequeres, e coloque-a no altar diante dos símbolos da Deusa e do Deus. Pode ser colocado um pequeno mastro decorado (com cerca de 1m de altura) à direita do altar, enfeitado com flores e fitas de cores brilhantes.
É uma noite para se fazer pedidos, principalmente pela nossa Mãe Terra. Pedir para os ESPÍRITOS DA NATUREZA que o céu e o mar permaneçam limpos, que a terra prossiga verde e fértil e que o nosso Mundo seja abençoado com muita Paz, muito Amor e muita ALEGRIA. Claro que podemos fazer alguns pedidos pessoais, sem nos esquecermos que estamos transmutando, que o coletivo passa a ser muito mais importante do que qualquer outra coisa.
Terapeuta Holística (KINTERAPIA, Ayurveda, Tantra, Yoga); Consultora em Tarô e Mapa Védico; formada em Psicologia, Jornalismo e Ed. Física (UFPr); pós graduada em Artes, Naturopatia, Psicologia Social e Saúde Quântica. Desenvolve estudos sobre Multidimensionalidade, Eubiose e Terapias Naturais – São José dos Pinhais/PR.
E-mail: kinterapia@gmail.com