PROCURA-SE UM AMIGO
(*Autor Desconhecido)
Não precisa ser homem, basta ser humano, basta ter sentimento, basta ter coração. Precisa saber falar e saber calar; sobretudo, saber ouvir. Tem que gostar de poesia, da madrugada, de pássaros, do sol, da lua, do canto dos ventos e do murmúrio das brisas.
Deve ter amor, um grande amor por alguém, ou então sentir falta de não ter esse amor. Deve amar ao próximo e respeitar a dor que todos os passantes levam. Deve guardar segredo sem se sacrificar. Não é preciso que seja de primeira mão, nem mesmo é imprescindível que seja de segunda mão;
pode já ter sido enganado (todos os amigos são enganados).
Não é preciso que seja puro, nem que seja de todo impuro, mas, não deve ser vulgar. Deve ter um ideal e medo de perde-lo; no caso de assim não ser, deve sentir o grande vácuo que isso deixa. Tem que ter ressonâncias humanas;
seu principal objetivo deve ser de ser amigo; deve sentir pena das pessoas tristes e compreender o imenso vazio dos solitários.
Deve ser d. Quixote sem, contudo, desprezar Sancho Pança.
Deve gostar de crianças, lastimar as que não puderam nascer e as que não puderam viver.
Procura-se um amigo para gostar dos mesmos gostos; que se comova quando chamado de amigo; que saiba conversar de coisas simples, de orvalho, de grandes chuvas e de recordações da infância.
Precisa-se de um amigo para não enlouquecer, para se contar o que se viu de belo ou de triste durante o dia, dos anseios e das realizações, dos sonhos e da realidade. Deve gostar de ruas desertas, de poças de chuva, de caminhos molhados, de beira de estrada, do mato depois da chuva e de se deitar no capim.
Precisa-se de um amigo que diga que vale a pena viver, não porque a vida é bela, mas porque já se tem um amigo.
Precisa-se de um amigo para se parar de chorar, para não se viver debruçado no passado em busca de memórias queridas.
Precisa-se de um amigo que nos bata no ombro, sorrindo ou chorando,
mas que nos chame de amigo.
Precisa-se de um amigo que creia em nós.
Precisa-se de um amigo para se ter consciência de que ainda se vive.
* Apesar de estar virilizado na internet como sendo um texto de Vinicius de Moraes, este poema é de autor desconhecido e tem aproximadamente mais de 200 anos. Foi encontrado e desconhece-se o autor. Conheci-o com 10 anos de idade, através de um folheto que recebi ao fazer compra de material escolar, na antiga e famosa livraria e papelaria Requião, situada a rua Dr. Muricy em Curitiba.
Dedico "àquele que vai chegar"... o amigo que estou buscando.
Bjos no Coração
Namastê!
Saviitri Ananda
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