* Saviitri Ananda *
O mundo em que vivemos é uma miscelânea social, muitas diversidades, muitas inseguranças, muitas opções de vida e de estilos. O novo tempo está chegando, uma Nova Era nascendo, paradigmas rompidos, paradigmas surgindo... mudanças vão se fazendo presentes em todos os setores, principalmente na parte das tecnologias. Mesmo com todo esse ritmo pulsando rápido, mesmo com as mudanças de papéis entre homens e mulheres, existe uma procura e muitas expectativas, relativo a uma característica bem humana: a busca da alma gêmea, do companheiro, do parceiro, da pessoa que vai nos ajudar a crescer e viver feliz.
Uma antiga história sufi nos conta que dois amigos tomavam chá, falando sobre a vida e o amor. Foi quando um deles perguntou ao outro porque nunca tinha se casado; este respondeu: passei a minha juventude procurando a mulher perfeita; achei muitas mulheres, mas cada uma delas sempre apresentava um defeito...
Finalmente eu a encontrei. O amigo, curioso pra saber: e? Não deu certo, ela também procurava o homem perfeito. E assim nós fazemos, criamos em nossas mentes o protótipo do “príncipe” ou da “princesa encantada”, e procuramos um ser, humano, que corresponda a essa imagem que nós criamos.
E mesmo com o avanço da tecnologia, com todas as mudanças... mesmo com a independência feminina, mesmo com os homens ficando tão auto suficientes, cada um de nós procura intensamente pela figura que imaginou pra si, e tenta projetá-la para fora, na esperança que ela adquira corpo, que essa pessoa tão perfeita e tão especial apareça.
O desejo que temos de termos uma vida em comum com alguém é muito forte e está culturalmente enraizado, é ancestral (o homem não vive sozinho, e não vive sem amor). Num determinado momento, não queremos mais saber de baladas, de variar de parceiros... queremos alguém muito especial.
Assim, vamos alimentando uma utopia que nos leva a duvidar da nossa capacidade de entendimento e compreensão; afinal seria real essa figura que almejamos? Desejamos compartilhar a vida com uma pessoa e isso é uma dedução emocional, uma decisão madura que, no entanto, pode trazer muitas frustrações.
Assim, vamos alimentando uma utopia que nos leva a duvidar da nossa capacidade de entendimento e compreensão; afinal seria real essa figura que almejamos? Desejamos compartilhar a vida com uma pessoa e isso é uma dedução emocional, uma decisão madura que, no entanto, pode trazer muitas frustrações.
Isso porque, para “amar ao próximo”, precisamos amar a nós mesmos e para amar “nós mesmos”, não podemos ser impelidos de buscar companhia apenas por medo de ficarmos sozinhos, vontade de sermos cuidados ou viver um sonho (que até então é só nosso). Temos muita dificuldade em encontrarmos um parceiro para nos relacionarmos, pela nossa incapacidade de aceitarmos as diferenças.
Procuramos pessoas com realidades semelhantes a nossa e esquecemos que, apesar das semelhanças existem inúmeras diferenças e elas não batem com as nossas projeções. Um encontro apenas será “perfeito” se estivermos bem conosco, se soubermos bem como somos e o que realmente queremos.
Acima de tudo, se estivermos dispostos a ver o outro como ele é, e não como a projeção que fizemos dele. A relação entre seres imaginários, nunca será uma relação de verdade e levará a ambos a um estado quase que permanente de frustração.
A vida não pode ser controlada, devemos deixá-la fluir em todos os sentidos. Quanto mais procurarmos, mais carentes nos faremos e quanto mais idealizarmos o nosso companheiro, mais distante estaremos de encontrá-lo.
A vida não pode ser controlada, devemos deixá-la fluir em todos os sentidos. Quanto mais procurarmos, mais carentes nos faremos e quanto mais idealizarmos o nosso companheiro, mais distante estaremos de encontrá-lo.
O companheiro ideal, pode ser real, mas com certeza, como nós, será limitado por sua história de vida, seus sonhos e seus desejos. Devemos lembrar que um relacionamento saudável não se baseia na fantasia, e sim na nossa disponibilidade de nos envolvermos com alguém. Hoje em dia as pessoas “ficam”, não se dispõem a viver com alguém, porque isso gera compromisso, responsabilidades... Na verdade existe o medo, o medo que paralisa as ações e as declarações, o medo de verbalizar a necessidade de amar e de ser amado.
Somos românticos sim, sonhamos sim... e não há nada demais em querer alguém que nos faça sentir o coração desritmado, as mãos suando, as pupilas dilatadas... aquele ser que nos faça pensar em mil loucuras... Tudo é possível se levarmos em conta que o parceiro “ideal” não existe.
E para que o relacionamento surja e mantenha-se saudável é preciso que interiorizemos que aceitar o parceiro, é aceitar as suas diferenças. Afinal é muito fácil convivermos com as semelhanças, mas cresceríamos só com elas???
Convivendo com as diferenças é que nós amadurecemos, aceitar que o parceiro é diferente, que tem vida própria, auxilia no nosso crescimento como pessoas.
Bjos no Coração
Namastê!
Abraço na Alma
Abraço na Alma
Saviitri Ananda - CRTH/BR-0230
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