sábado, junho 27, 2020

RESGATANDO A ALMA


Nossa Alma por vezes se fragmenta, e os pedaços se perdem; todavia nem tudo se perde, existem muitas maneiras de se trabalhar o resgate dessas partes de nossa Alma. Temos sido orientados por nossos guardiões e Mestres no sentido de resgatarmos tudo o que foi perdido, e uma das maneiras é nos dedicarmos ao espiritual, a um caminho de busca que nos leve, não apenas a nos conectarmos como nossas "partes perdidas", como também ajudarmos outras pessoas a recuperarem sua Luz.

Quando começamos a buscar nossos fragmentos, iniciamos uma procura por espiritualidade, porque muitas vezes nesse processo de perda, não perdemos apenas um pequeno fragmento da alma, perdemos a nossa identidade, a profundidade de nossa fé. Descobrimos que fomos condicionados por outros fatores e outras pessoas. Aprendemos culturalmente que temos limites, que não podemos ir além deles... todavia espiritualmente falando, somos ilimitados, temos o Universo em nós. Socialmente nos dividem em carências, necessidades, imposições, regras a seguir e nos ânsia não darmos conta de tudo isso... e aos poucos vamos nos repartindo, cada vez mais... até que acabam existindo duas opções: ou se morre, ou se vai atrás de nossos pedaços para reerguer o todo.

Como fragmentamos a nossa Alma? 
A perda de parte de nossa Alma se dá por muitos motivos, dentre eles podemos citar vários traumas provocados por; acidentes, decepções e perdas afetivas, tragédias familiares, abusos sexuais, exercício do poder, materialismo... Nenhum de nós está imune a estes fatos e quando sentimos que, de alguma forma, fomos afetados por eles, temos que buscar um caminho que nos reabilite e nos confira o poder de trazer de volta nossa estrutura original de Luz, mantendo então o equilíbrio e não correndo o risco de nos fragmentarmos novamente. Podemos nos livrar de todos os sintomas de dissociação e encontra nossos fragmentos perdidos, trazendo-os de volta e reestruturando o nosso antigo Ser.

Platão cindiu o ser humano em duas instâncias objetiva e subjetiva inconciliáveis, e, assim, encaminhou a razão humana pela rota da fragmentação. A evolução da nossa cultura deu se por esse caminho, consolidada pela lógica de Aristóteles que aprisiona a razão humana em um plano de causalidade e pelo paradigma cartesiano que resume o mundo ao contido no espaço tridimensional. 

Qual foi o resultado? 
Uma civilização ocidental, manifestamente fragmentada, dicotômica, materialista, científica, pragmática e antropocêntrica, geradora de um homem que acredita ser a obra prima da natureza e o ápice do processo evolutivo. Mas, como não estamos sozinhos e "Somos todos Um", descobrimos ser perfeitamente possível seguir uma rota alternativa à da fragmentação da alma, mediante a especificação do Divino em nós e assim, gerando uma visão multidimensional de universo, nitidamente mais complexa, consistente e reveladora.

Nós fazemos a realidade; onde colocamos nossa intenção lá estaremos; pois é nosso ser que se expande e se conecta com a vibração atraindo sua energia para interagir. Somos como usinas em constante troca com energias, promovendo o dinamismo do processo que somos e definindo a qualidade daquilo que emitimos. Depende da qualidade de energia que aceitamos como combustível, a qualidade daquilo que produzimos e doamos ao ambiente. Se nosso ambiente sempre se mantém contaminado de sentimentos, pensamentos, valores e crenças, desarmônicas e excludentes. Encontraremos dificuldades em nos conectarmos com a fonte criadora de onde vem a inspiração da intuição.

Através de trabalhos relacionados com a espiritualidade, como jornadas xamânicas, meditação coletiva ou individual, desintoxicação alimentar, rodas de cura podemos aprender a encontrar fragmentos perdidos da alma, a forma de recuperá-los e de como os trazer de volta à estrutura do nosso Ser. E mais, poderemos aprender como os manter esta nossa estrutura, de forma que ela não possa ser novamente objeto de fragmentação; estaremos protegidos pela Luz e sem que haja necessidade de um novo resgate da Alma. Os sintomas serão de unificação e não de dissociação e nos sentiremos novamente unificados, completos... capacitados para compreender o nosso lugar neste mundo e finalmente, relaxarmos na paz e na alegria de sermos plenos...

Se não estamos completos, se ainda nos faltam fragmentos, temos espaços em abertos e energias intrusas podem se alojar neles em detrimento da Luz. Vamos perdendo a pureza da criança, nos permitimos viver novas experiências internas e então surge a coragem do animal, que manifesta sua tenacidade ao enfrentar os obstáculos, o medo passa a ser usado para impedir a ação sensível, e não para estimular a criatividade; a sabedoria da nossa criança interior, nossa alma, que deveria dirigir a construção do pensamento não encontra espaço para agir percebendo a presente realidade, se fixando em tempos irreais. 

A fuga da realidade apresenta os bloqueios e as desculpas para não assumirmos a responsabilidade por nossas vidas vai aumentando e com o aumento dos estímulos desarmônicos criamos um ciclo vicioso de fragmentação e contaminação do Ser, e em conseqüência, surgem mais desfragmentações que nos impedem de reerguer a estrutura essencial , nos dominam pelo social e impedem a livre expressão e a liberdade.

O que temos de Divino está em nossa Alma, e devemos buscar cada fragmento dela, por menos que possa ser, em todos os lugares e de todas as formas que nos sejam possível. Seja qual for o Caminho que escolhamos, ele deve ter orientadores que nos ensinem a resgatar a nossa criança interior; que nos iniciem em inúmeras práticas, otimizando o nosso modo de ver, sentir e remover qualquer energia que queira preencher o espaço que, por hora, está vazio, mas que voltará a ser complementado com muita Luz. 

E quando conseguirmos resgatar esta Luz, este fragmento de nossa Alma, teremos a generosidade e a compaixão de orientar outros a seguir pelos mesmos caminhos, preparando o nosso regresso para casa. E neste tipo de resgate, todas as práticas ancestrais nos integram e ensinam vários rituais de Cura e de Amor, que nos fortalecem enquanto unos e amorosos.

Na Antiguidade os xamãs (terapeutas dos lugares esquecidos) já postulavam uma prática curativa não dual, e consideravam o ser humano como uma totalidade corpo/alma/espírito. Filon explicava a condição humana em: basar (a dimensão corporal); nephesh (alma ou dimensão psíquica); nous (consciência ou psiquê em paz) e rouah (espírito ou dimensão espiritual). 

Assim saúde plena para os terapeutas, refere-se ao corpo, à alma e ao nous quando são habitados pelo Espírito; é a transparência do essencial no existencial; a tarefa considerada primordial para os xamãs era cuidar, já que é a Natureza que cura. Antes de tudo, cuidar do que não é doente em nós, do Ser, do espírito que nos habita e inspira. Também cuidar do corpo, templo do Espírito; cuidar do desejo, reorientando-o para o essencial; cuidar das grandes imagens que estruturam a nossa consciência; e cuidar do outro, o serviço à comunidade, implicando o próprio centramento no Ser.

Distanciamos-nos muito do equilíbrio de nosso Ser, e ainda acabamos fragmentando a nossa Alma. Então como seres doentes, temos que voltar à natureza sábia, a Mãe terra que nos cura e a todos os seus filhos que por tradição, ajudam a manter um jardim para o cultivo e pleno florescimento do ser humano, "sacerdote da criação", ponto de encontro do universo consigo mesmo, ponto onde resgataremos nossas Almas. 

Todo trabalho de Cura permite utilizar as energias da Quinta Dimensão que atua segundo a Lei da Misericórdia para curarmos a nós mesmos e a outros, curarmos à distância e curarmos a Mãe Terra. Resgatando nossa Alma, nos conectamos ao nosso Eu Superior que passa a dirigir mais diretamente nossa vida cotidiana. O desenvolvimento espiritual libera, ativa e nos traz mais harmonia em nossa vida, porque assim, nos adequamos as Leis do Universo.

Resgate a tua Alma, encontre o teu caminho, medite diariamente. E no exercício diário que nós estabelecemos Canal de Luz, estabelecendo um fluxo constante entre o Criador do Universo e o Coração de Cristal no centro da Terra. 

Esta conexão só acontece quando nossos chakras estão limpos, energizados, expandidos, passando assim a irradiar boa qualidade de energia, que vai ser centralizada no chakra cardíaco e nos deixa em profundo estado de gratidão, plenitude e amor. 

Podemos resgatar nossa Alma, sermos plenos em nossas vidas, acelerando o processo da cura pessoal em todos os níveis e conseqüentemente, ampliarmos nossos sentimentos de fé, equilíbrio, liberdade, criatividade. Sem desfragmentações, dissolveremos antigos bloqueios energéticos e poderemos "olhar" como a nossa criança interior olha: sem limites, vendo o invisível, ouvindo o inaudível... inclusos numa geometria sagrada perfeita.

Bjos no Coração
Abraço na Alma
Namastê!
Saviitri Ananda - CRTH/BR0230

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