segunda-feira, junho 01, 2020

CONSTRUINDO PONTES


Neste mundo que conhecemos as coisas estão em ritmo de mudança; talvez não nos apercebamos, porque o nosso tempo é formado por momentos únicos. Tudo muda, tudo se transforma, mais ou menos rapidamente... depende do quanto estamos olhando para o nosso umbigo ou para o mundo. E na verdade também depende do nosso olhar e da nossa consciência de mundo. Existem lugares em que os mundos se encontram tão próximos com as dobras de um cobertor, Einstein já nos falava sobre as "dobras de tempo", e do quanto podemos "ver" a mais se nós trabalharmos a frequência de nosso pensamento. Novos lugares, num mesmo lugar.

Fazer pontes; esta é uma das tarefas do xamã. Construir pontes para que mais e mais seres possam acessar outros mundos, lugares que só se pode chegar, quando estivermos descondicionados dessa forma de vida. Nossos Mestres, nossos ancestrais, nossos guias não tem mais a nossa forma, se descondicionaram... são Luz, são etéreos. Na verdade só assumiram a nossa forma para nos auxiliarem e serem aceitos, pois nunca tiveram um corpo como o nosso apenas assumiram nossas formas. Eles construíram várias pontes, e estas estão a nossa disposição. Uma delas nos liga ao lugar onde chegamos pela primeira vez... sem um corpo denso, com muita coisa para aprender. Tínhamos então o coração puro e a alma liberta; construíamos nosso lugar com amor e união e brincávamos com as crianças, contemplando a aurora do mundo.



O tempo foi passando e nós que nunca tínhamos tido corpos densos, assumimos um corpo humano e o peso da massa corpórea nos fez esquecer de nossos Mestres, de uma sabedoria ancestral, de que havíamos cruzado limites para evitar nossa própria destruição enquanto seres de Luz. No entanto, nossos Mestres são sempre grandiosos e cheios de compaixão, e nos permitem o resgate de todo nosso conhecimento e de toda nossa Luz; podemos ativar a nossa consciência e voltarmos a construir e atravessar pontes. Nietzsche escreveu: "Ninguém pode construir em teu lugar as pontes que precisarás passar, para atravessar o rio da vida - ninguém, exceto tu, só tu. Existem, por certo, atalhos sem números, e pontes, e semideuses que se oferecerão para levar-te além do rio; mas isso te custaria a tua própria pessoa; tu te hipotecarias e te perderias. Existe no mundo um único caminho por onde só tu podes passar. Onde leva? Não perguntes, segue-o!".


Precisamos assimilar as forças da mudança e nos conscientizarmos que estamos voltando para casa; precisamos reedificar as pontes e fazer como nossos antepassados, que deslocaram pedras grandiosas para demarcar as linhas do poder que assinalavam Gaya e que prenderam a nascente sagrada na pedra, esculpindo o caminho em espiral de volta ao Sol Central. Somos filhos do Universo, também temos em nós a magia e podemos nos lembrar das palavras mágicas que entoávamos outrora, e que mesmo como meros humanos, podem nos fazer alcançar outros mundos. O Poder do Verbo, do verbo que evoca o amor, que nos fortalece, que nos permite edificar pontes e nos descondicionar de nossa densidade, de nossos medos...

E contudo, tememos a nossa grandiosidade, esquecemos da nossa magia. Deixamos que nossa força e nossa memória nos abandonassem e que o tempo extinguisse a nossa divindade, enquanto apenas permanecíamos. Urge voltarmos às nossas raízes, recuperarmos a nossa divindade e a sabedoria que nossos ancestrais nos legaram, porque é o poder do amor incondicional que nos fará exímios construtores de pontes. Agora o tempo é de mudança e os véus estão sendo arrancados de nossos olhos e todos estamos pressentindo as ameaças que nos rodeiam e ao mesmo tempo o poder que temos em nós para que elas não nos façam recuar no caminho de nossa ascensão.


Todos nós temos um xamã dentro de nós mesmos; viemos do mesmo Universo, somos semelhantes em poder e força. Precisamos construir pontes que permitam a todos uma travessia segura e tranquila, como um grande cordão de crianças voltando para casa, na certeza de que nos aguarda o abraço amoroso e carinhoso do Pai/Mãe.

Bjos no Coração
Abraço na Alma
Namastê!
Saviitri Ananda - CRTH/BR0230

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