quinta-feira, junho 18, 2020

A ENERGIA DO SOLSTÍCIO DE INVERNO


                       

O Yule é o Ritual de Meio do Inverno. Os celtas também o chamavam de Alban Arthan, o Sabbat do Solstício do Inverno. Aqui no Hemisfério Sul, será celebrado no dia 20/06 a partir das 18h44min. A noite do dia 2O de junho é a noite mais longa do ano e serve de marco, pois depois dela, os dias começaram a crescer novamente e as horas de escuridão passarão a diminuir. Nesta noite a Deusa é reverenciada como a Mãe da Criança Prometida ou do Deus Sol, que nasceu para trazer Luz ao mundo. Da mesma forma, apesar de todas as dificuldades, devemos sempre confiar em nossa própria luz interior.



A queima de galhos secos ainda é feita e originou-se do antigo costume da fogueira do Yule, que era acesa para dar vida e poder ao sol, que, pensava-se, renascia no Solstício do Inverno. Tempos mais tarde, o costume da fogueira ao ar livre foi substituído pela queima dentro de casa de uma acha e por longas velas vermelhas gravadas com esculturas de motivos solares e outros símbolos mágicos. Como o carvalho era considerado a árvore Cósmica da Vida pelos antigos druidas, a queima era tradicionalmente feita com acha de carvalho.

Pendurar visco sobre a porta é uma das tradições ainda mantidas para quem segue a Roda do Ano e a Religião Antiga dos pagãos. O visco era considerado extremamente mágico pelos druidas, que o chamavam de "árvore Dourada". Eles acreditavam que ela possuía grandes poderes curadores e concedia aos mortais o acesso ao Submundo. A essência doadora de vida que o visco sugere fornece uma substância divina simbólica e um sentido de imortalidade para aqueles que o seguram na época do inverno. Nos tempos antigos, as orgias de êxtase sexual acompanhavam frequentemente os ritos do deus-carvalho; hoje, contudo, o costume de beijar sob o visco é tudo o que restou desse rito.  


Aqui no Brasil, cerceados pelo cristianismo enquanto igreja substituiu-se o velho costume por fogueiras ao ar livre e lanterninhas para São Pedro, Santo Antônio e São João; a fogueira é feita com árvores da região e costuma-se decorar o "arraiá" com muito bambu (a planta que segundo a teoria chinesa, atrai prosperidade, sorte, fortuna e ativa a energia). Os ritos foram substituídos pelas alegria e vigor das Quadrilhas, brincadeiras e bandeirinhas coloridas tremulando. 


A tradição do Yule também preza pelos enfeites das árvores associados à Grande Deusa Mãe; luzes e enfeites pendurados em árvores como decoração são, na verdade, símbolos do sol, da lua e das estrelas, como aparecem na árvore Cósmica da Vida. Representam também as almas que já partiram e que são lembradas no final do ano. Os presentes sagrados eram também pendurados na árvore oferendas a várias deidades. No Brasil, vamos enfeitar o “arraiá” pendurando muitas lanterninhas e bandeirinhas e o sol é reverenciado através da fogueira central, a lua pela fogueira que a ilumina e as estrelas através da luz dos fogos.

No hemisfério norte, colocar bolos nos galhos das macieiras mais velhas do pomar e derramar sidra como uma libação consistiam num antigo costume pagão da época do Natal praticado na Inglaterra e conhecido como "beber à saúde das árvores do pomar". Diz-se que a cidra era um substituto do sangue humano ou animal oferecido nos tempos primitivos como parte de um rito de fertilidade do Solstício do Inverno. Após oferecer um brinde à mais saudável das macieiras e agradecer a ela por produzir frutos, os fazendeiros ordenavam às árvores que continuassem a produzir abundantemente. 

Os alimentos pagãos tradicionais do Yule são o peru assado, nozes, bolos de fruta, gemada e vinho quente com especiarias (nosso famoso quentão). Aqui, essas são as nossas comidas de Natal, mas no Solstício de Inverno, tomamos quentão ao redor da fogueira, e a mesa farta é composta por quentão, pinhão, quitutes feitos de milho (o milho representa a Mãe Terra) e muitos doces (pé de moleque, pipoca, gemada, doce de abóbora...).

Todos nós sabemos que não há receitas específicas para reverenciarmos a Pachamama e Tata Inti (Mãe Terra e o Pai Sol) . Podemos seguir alguns costumes dos nossos ancestrais, mas o mais importante é saber que a Luz está voltando... e cada vez mais forte.

Devemos fazer uma festa, com certeza, mas seguir o nosso feeling... o que o "nosso coração" nos diz. Podemos usar os incensos tradicionais (louro, cedro, pinho, alecrim), mas de repente o olíbano... o absinto. A regra é não ter regra... é seguir a intuição. Podemos acender velas com as cores do Sol... pense... medite... tente sentir o que é melhor. 

Reúna as pessoas que quer bem, prepare uma ceia, ou mesmo uma pequena refeição com muito amor, use como tempero o louro e o alecrim. Que tal cozinhar pinhão, tomar quentão, comer pipoca ou milho? Decore o local com uns ramos de bambu, cristais (vermelhos, laranjas, amarelos)... use roupas com as cores da terra ou do sol, bem coloridas. E depois dance, cante, saúde o Deus que chega para afastar a escuridão. E quando a festa terminar, sirva um chá de camomila bem quentinho.

A Luz está voltando... reverencie... agradeça...
Bjos no Coração
Abraço na Alma
Namastê!
Saviitri Ananda - CRTH0230

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